No momento de chegada da pandemia, fechamento de fronteiras e possíveis efeitos no mercado de grãos deixaram os produtores brasileiros em alerta. Contudo, esse alerta logo terminou após crescimento da demanda chinesa por alimentos no Brasil.
De janeiro a abril desse ano, 38% do agro brasileiro havia sido exportado para o país asiático. Num momento de guerra comercial entre China e EUA, o Brasil virou alvo para o mercado de alimentos na China – que possui alta demanda.
E qual é a tendência para a compra de alimentos na China? Como será nossa relação com o mercado chinês? Prossiga com a leitura do artigo e entenda mais!
A crise de alimentos na China levou ela a buscar por um mercado que sustentasse sua grande classe média. Entre EUA e Brasil, optou pelo segundo.”
Uma das grandes forças do Brasil em questão de produção econômica é a agricultura, que encontrou na China uma parceria. No mundo, há demanda crescente por alimentos, principalmente no mercado chinês, que comprou 80% da soja e derivados do Brasil.
Maior parte dessa soja vira ração, tendo foco na produção de carnes do país chinês. Contudo, por que o Brasil se tornou parceiro agronômico da China?
Para começar, o aumento das exportações pela escalada nos preços do boi gordo. Essa alta foi resultado da Peste Suína Africana, que era previsto de provocar uma queda de até 50% no rebanho da China.
O grande problema disso é que metade dos porcos do mundo estavam na China e praticamente metade deles fora eliminado. Com isso, os importadores foram obrigados a buscar mais carne no Brasil, principalmente o mercado na China.
Com a crise do coronavírus, ocorreu o medo pela escassez de alimentos na China, principalmente de grãos. Com a crise de alimentos na China, se estimulou um cenário favorável para demanda chinesa por grãos para alimentação de frangos e porcos.
A China precisava de um importador que desse a segurança de que sua demanda seria atendida, pois o país é gigante em termos de consumo. O Brasil cumpria esses requisitos, pois a safra do ciclo 2019/2020 havia registrado 120,9 milhões de toneladas.
Além do Brasil, Estados Unidos era o único capaz de produzir e exportar grãos para a demanda do mercado na China. Contudo, havia toda uma questão de guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Além disso, a moeda brasileira passava por uma desvalorização de 25% em relação à moeda americana. Com isso, era mais interessante para o mercado de alimentos na China buscar pelo Brasil.
Entre janeiro e julho, as vendas externas de Soja cresceram 36,3% em volume e 33,3% em faturamento em relação ao mesmo período de 2019. Ou seja, 70 milhões de toneladas exportadas e US$ 23,8 bilhões de faturamento.
Com ajuda da China, se espera que a renda total dos produtores de grãos no Brasil salte de R$ 250 bilhões para R$ 304 bilhões.
Também há demanda chinesa por carne bovina brasileira, sendo que de 25% do que é exportado daqui, 57% é destinado ao mercado chinês. Contudo, o quão sustentável é essa demanda de alimentos na China?
Segundo Ministro Conselheiro da Embaixada chinesa no Brasil, Qu Yuhui, até 2027, as importações de carne bovina poderiam dobrar, chegando a 8 milhões de toneladas. Atualmente, a participação da carne bovina brasileira no mercado chinês é de 30%.
Contudo, a expectativa é que esse percentual aumente, de forma a atender a maior classe média do mundo (400 milhões de pessoas).
O maior risco ao fornecimento de alimentos na China pelo Brasil é a atual pandemia que vivemos. Isso pode ser visto de duas formas:
Por fim, há ainda o risco dos posicionamentos do governo, com críticas aos chineses pelo atual presidente. Contudo, a relação comercial entre China e Brasil continua forte.
O mercado da China é um dos maiores do mundo em consumo, principalmente sua enorme classe média. Contudo, ninguém sabe até quando a China necessitará importar tanta carne por ano.
Por ora, o agronegócio brasileiro tem força porque a China continua sendo sua grande consumidora. No melhor cenário, é provável que a demanda cresça ainda mais pelos grãos e carne bovina brasileira!
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